Autoria: (Seilla Carvalho)
![](http://1.bp.blogspot.com/-M4l4MoJIgQA/UVOMBNBrziI/AAAAAAAAA1o/9StBVfiIta4/s1600/20228_4322001090304_1883739323_n.jpg)
E ele me diz: _ O tal olhar "cogumelado" não sai do pasto...
Com húmus morno concebo a cama
dos nossos mais loucos sonhos
umidade a sorrir sem apego ao vento
que distrai as folhagens do aconhego.
Teu orvalho macio reluz na noite morna
e tal qual crianças bem amadas
os nossos pés brincam de se esconder
entre as brumas dos dias frios.
Esvai-se a tempestuosa insignificância!
A madrugada sussurra aos meus ouvidos
e chama os sapos, pirilampos e serpentes
para a festa dos mistérios...
proteção das vestimentas!
Sorrateiramente moinhos dançam
ao sabor das memórias... ecoam mitos
Ouço a cor da canção nos beirais distantes!
Regurgitamos, saldamos as vidas
que se entrelinham nas outras vidas:
Caos mordendo cosmos num ciclo cosminado!
Haverá futuro no soluço dos nossos dias?
Não importa toda a dor revelada!
Destarte, além dos gemidos, a beleza impera...
mortificada nas mais incoerentes pulsões
A existência é verticalizada na história
derrama o fel e a doçura nos espaços ocultos
neutros, caducos, assombrados, distraídos...
revela o rugido no espelho do abismo
dos paradoxais "desígnios" da comédia humana.
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